Nos últimos anos, o setor imobiliário tem sido palco de diversas mudanças regulatórias que visam modernizar e trazer maior transparência ao mercado. Essas alterações impactam diretamente as grandes empresas do setor, exigindo adaptação e revisão de estratégias para garantir conformidade e aproveitar as novas oportunidades. Discutiremos aqui as principais mudanças nas regulamentações e como as empresas podem se adaptar a essas transformações.

 

Uma das mudanças mais significativas foi a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que passou a exigir escritura pública para a alienação fiduciária de imóveis em operações, inclusive de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Anteriormente, essas transações podiam ser realizadas por meio de contratos particulares, mas agora devem ser formalizadas em cartórios de notas, exceto quando envolverem entidades autorizadas no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e outras previsões legais. Essa medida visa aumentar a publicidade das transações desde seu título aquisitivo, mas também traz custos e burocracia adicionais para as empresas do setor.

 

Outras mudanças regulatórias importantes não tão recentes, mas cada vez mais importantes, são as normas de compliance e governança corporativa aplicáveis às empresas, inclusive incorporadoras e construtoras, a fim de se atender as expectativas atuais do mercado. Essas normas exigem maior transparência na prestação de contas, adoção de práticas de sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental, proteção de dados, políticas anticorrupção, auditorias e implementação de programas de compliance eficazes. As empresas que se adaptarem a essas exigências não apenas evitarão sanções, mas também ganharão a confiança de investidores e consumidores, consolidando sua reputação no mercado e praticando o que os consumidores têm dado atenção.

 

Além disso, a revisão do Plano Diretor em várias cidades brasileiras trouxe novos desafios e oportunidades para o setor imobiliário. Essas revisões, são realizadas de tempos em tempos, para se adequar a evolução das cidades e do mercado, definindo as diretrizes para o uso e ocupação do solo, e afetando diretamente os projetos de desenvolvimento urbano e a viabilidade de novos empreendimentos. As empresas precisam acompanhar de perto essas mudanças, participando ativamente das discussões públicas e ajustando seus projetos para atender às novas exigências urbanísticas de cada cidade.

 

A adaptação a essas mudanças regulatórias exige um esforço coordenado e a integração de diversas áreas dentro das empresas. Departamentos jurídicos, de compliance, financeiro e de desenvolvimento de negócios devem trabalhar juntos para garantir que todas as exigências legais sejam cumpridas e que as oportunidades trazidas por essas mudanças sejam aproveitadas.

 

Investir em capacitação e atualização profissional é fundamental para que os colaboradores estejam sempre informados sobre as novas regulamentações e possam atuar de forma proativa na implementação das mudanças necessárias. Além disso, contar com consultoria jurídica especializada pode fazer a diferença na interpretação das normas e na definição das melhores estratégias para a adaptação.

 

As mudanças regulatórias no setor imobiliário representam tanto desafios quanto oportunidades para as grandes empresas. Aquelas que conseguirem adaptar-se rapidamente às novas exigências e incorporar as melhores práticas de governança e sustentabilidade estarão mais bem posicionadas para se destacar no mercado e conquistar a confiança de investidores e clientes.

 

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